Data de nascimento: 20/08/1956
Local de nascimento: Cruz Alta
Formação: Ciências Biológicas pela UFSM, 1952
Especialização em Estudos da Linguagem pela UNICRUZ, 2001
Graduação em Artes Visuais pela UERGS/FUNDARTE, 2010
As cinco obras que pretendo expor fazem parte da série que tem como título: Cozinha, cadinho de lembranças. Penso que todo o trabalho de Arte deve significar verdadeiramente para o artista. Objetos de cozinha, rendas e tecidos fazem parte de minhas vivências, junto a minha família. São vivências que, por me significarem muito num local de passado, hoje são ternas lembranças que iluminam meu presente. Nosso Rio Grande é uma região de invernos rigorosos. A cozinha de nossas casas era o local de reunião das pessoas que chegavam do campo ou da rua, para que se esquentarem ao redor do fogão à lenha e comentarem as últimas novidades. Os objetos típicos da cozinha corriam de mão em mão. Em um momento, era uma xícara de café quente, em outro era um bule de chá, ou a cuia do mate amargo para os mais velhos. As crianças poderiam queimar a língua, pois o mate era a substância mais quente de todas. Mesmo quando chegava o verão e mudávamos para uma fazenda, a cozinha grande da casa era o local em que passávamos mais tempo fazendo doces para aproveitar bem a fartura de frutas do pomar. A casa era simples, mas sempre havia rendas e tecidos coloridos enfeitando as mesas e as espaçosas janelas. Uma imagem, por mais mínima que se apresente, porta uma latência, uma energia. Nela, a relação do meu Pretérito encontra eco no meu agora. Presente se estabelecendo a dialética com a saudade imensa da minha família.
Assim, penso que a cozinha e seus objetos podem ser meus pontos de depuração – cadinho - das lembranças, motivo do título da série aqui comentada. Muitos são os artistas que trabalham com as formas dos abjetos da cozinha. No entanto, o trabalho de Giorgio Morandi (1890 – 1964), foi o que mais chamou a atenção quando pesquisei o tema. Descrito como um singelo “pintor de garrafas” (Gênios da pintura, 1967, p.02), sua obra se ocupa de objetos do cotidiano da cozinha de nossa casa. São garrafas, bules, vasos, flores e fruteiras que mais que compartilharem da vida do homem fazem diferentes pessoas compartilharem suas lembranças emprestando seu calor humano a estes objetos. Em 1908, Morandi estuda a Impressionismos, conhece o trabalho de Seurat, Cézane, Rousseau, Picasso, Derain e Braque através de leituras. Em 1909, Morandi vaia Bienal de Veneza onde conhece as obras de Renoir. Já em 1911, o artista descobre Monet, cuja obra está em apresentação em Roma. No entanto, seu interesse por Cézanne é definido e torna-se definitivo. Faz gravuras, aquarelas, desenhos e quadros a óleo. Pelo exposto, faço de Morandi meu artista referencial no presente trabalho.
Local de nascimento: Cruz Alta
Formação: Ciências Biológicas pela UFSM, 1952
Especialização em Estudos da Linguagem pela UNICRUZ, 2001
Graduação em Artes Visuais pela UERGS/FUNDARTE, 2010
Informações sobre as obras
As cinco obras que pretendo expor fazem parte da série que tem como título: Cozinha, cadinho de lembranças. Penso que todo o trabalho de Arte deve significar verdadeiramente para o artista. Objetos de cozinha, rendas e tecidos fazem parte de minhas vivências, junto a minha família. São vivências que, por me significarem muito num local de passado, hoje são ternas lembranças que iluminam meu presente. Nosso Rio Grande é uma região de invernos rigorosos. A cozinha de nossas casas era o local de reunião das pessoas que chegavam do campo ou da rua, para que se esquentarem ao redor do fogão à lenha e comentarem as últimas novidades. Os objetos típicos da cozinha corriam de mão em mão. Em um momento, era uma xícara de café quente, em outro era um bule de chá, ou a cuia do mate amargo para os mais velhos. As crianças poderiam queimar a língua, pois o mate era a substância mais quente de todas. Mesmo quando chegava o verão e mudávamos para uma fazenda, a cozinha grande da casa era o local em que passávamos mais tempo fazendo doces para aproveitar bem a fartura de frutas do pomar. A casa era simples, mas sempre havia rendas e tecidos coloridos enfeitando as mesas e as espaçosas janelas. Uma imagem, por mais mínima que se apresente, porta uma latência, uma energia. Nela, a relação do meu Pretérito encontra eco no meu agora. Presente se estabelecendo a dialética com a saudade imensa da minha família.
Assim, penso que a cozinha e seus objetos podem ser meus pontos de depuração – cadinho - das lembranças, motivo do título da série aqui comentada. Muitos são os artistas que trabalham com as formas dos abjetos da cozinha. No entanto, o trabalho de Giorgio Morandi (1890 – 1964), foi o que mais chamou a atenção quando pesquisei o tema. Descrito como um singelo “pintor de garrafas” (Gênios da pintura, 1967, p.02), sua obra se ocupa de objetos do cotidiano da cozinha de nossa casa. São garrafas, bules, vasos, flores e fruteiras que mais que compartilharem da vida do homem fazem diferentes pessoas compartilharem suas lembranças emprestando seu calor humano a estes objetos. Em 1908, Morandi estuda a Impressionismos, conhece o trabalho de Seurat, Cézane, Rousseau, Picasso, Derain e Braque através de leituras. Em 1909, Morandi vaia Bienal de Veneza onde conhece as obras de Renoir. Já em 1911, o artista descobre Monet, cuja obra está em apresentação em Roma. No entanto, seu interesse por Cézanne é definido e torna-se definitivo. Faz gravuras, aquarelas, desenhos e quadros a óleo. Pelo exposto, faço de Morandi meu artista referencial no presente trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário