quarta-feira, 11 de maio de 2011

GIANA KUMMER

ARTISTA CONVIDADA DA

13ª EDIÇÃO DA MOSTRA "MÃOS DE NOSSA ARTE"

* 2011 *



Artista Plástica formada pelo Instituto de Artes da UFRGS com ênfase em Pintura, em 2008. Participou de exposições individuais na Câmara Municipal de Vereadores, Centro Cultural Usina do Gasômetro e no Instituto de Artes da UFRGS, Porto Alegre/RS.



Desde 2005 participa de exposições coletivas em Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Brasília/DF. Participou de cursos teóricos e práticos no Atelier Livre da Prefeitura e cursou Arte Contemporânea e Teoria da Arte com Maria Helena Bernardes.

Hora de Dormir - Acrílica s tela, 70 x 100 cm - 2008

Atualmente integra o Departamento de Acervo da Associação Rio-grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, o Atelier de Arte Plano B e trabalha na pesquisa dos 50 Anos do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre.

PINTURAS DE GIANA KUMMER

Como protagonista de sua produção, a artista apresenta ao espectador o cavalo inserido no ambiente doméstico, animal que, por seu porte físico desproporcional e seu instinto selvagem, seria inimaginável em tal situação. Todavia, este cavalo foge dos padrões normais de representação, pois é o boneco cavalo que vem a sua mente quando pensa nesta imagem.

Hora do banheiro - Acrílica s tela, 70 x 100 cm - 2008.

Uma pintura que gera uma narrativa induz o olhar do espectador a percorrer um trajeto já determinado pelo autor. Entretanto, isso se contrapõe de modo significativo em seu trabalho, uma vez que, no universo em que está inserido – o infantil –, limites são desconhecidos, e o que realmente importa é ir além, buscar lembranças e sonhos, fazer o impossível se tornar possível.

Hora do Lazer - Acrílica s tela, 70 x 100 cm - 2008.

O tema desenvolvido neste projeto surgiu, primeiramente, dos seus pensamentos em relação à arte. O artista cria um mundo singular ao produzir sua obra. Mesmo que certas vezes inconscientemente, ele expressa traços de sua essência, pois cada ser humano possui uma visão de mundo particular, com suas alegrias, medos, perspectivas, histórias, crenças. Certamente estes aspectos são refletidos no trabalho pessoal.

Revolução - Pintura s foto, 60 x 80 cm - 2010.

O desvencilhamento dessa bagagem, incluindo cultura e passado, é algo que dificilmente acontece. E foi procurando este real motivo, algo que realmente a mobilizasse para este trabalho, que a artista traz em suas pinturas a questão da proximidade existente hoje entre as pessoas e seus animais. Situadas em um mundo de sonhos, suas pinturas permitem que o boneco cavalo tome banho em uma banheira, assista a seus programas favoritos na televisão, durma em uma cama confortável após ler um livro com seu ursinho de pelúcia, dirija pelas ruas da cidade, utilize o banheiro, tenha momentos de lazer e aventura, dentre tantas outras atividades cotidianas permitidas na vida real apenas a nós humanos.

Joe - Pintura s foto, 60 x 80 cm - 2010.

Mas o que isso significa, então? Quais suas reais intenções? Que não se trata de um cavalo? Que é o cavalo de pau que substituiu o cavalo animal para entrar neste ambiente? Ou será que este personagem está representando o novo tipo de relacionamento que vem crescendo entre as pessoas e seus animais? A resposta fica dentro de cada espectador, que a identifica da maneira que acredita ser a verdadeira, pois, na proposta da artista, o campo artístico em que estamos pisando, ainda possui limites desconhecidos.


Cavalo Marinho - Pintura s foto, 60 x 80 cm - 2010.

ONDE AS CORES SE ENCONTRAM?

Por Rodrigo Núñez / Maio 2009, Artista Plástico,
Mestre em Poéticas Visuais pela UFRGS, Professor da mesma instituição.

Se faz sentido esta pergunta, podemos responder que encontramos elas todas juntas apertadinhas nestes trabalhos da Giana.

Contidas em um sonho, uma fantasia de “menina-artista” que joga com a nossa percepção, despejando um balde de cores em nossa retina, uma combinação de distorções e fantasias de alguém que não tem medo de brincar.

Ela revela um olhar ao mesmo tempo ingênuo e malicioso de uma artista que está descobrindo seus caminhos e revelando suas habilidades.

Tróia - Pintura s foto, 80 x 60 cm - 2010.

As cores estão todas aqui, vivas e brincando, soltas alegres e despretensiosas elas estão aqui, simplesmente, talvez porque elas gostem de estar juntas principalmente se estiverem em boa companhia.


TEXTO CRÍTICO

Por Ana Zavadil, crítica de arte,
curadora independente, mestranda PPGART - UFSM.

O jogo formal e o lúdico estão inseridos na produção cognoscitiva do objeto na arte contemporânea. Giana Kummer traz para esta mostra os dois elementos, em que o universo pueril da infância, estrelado por seu cavalo, o protagonista das histórias – animal vigoroso e avantajado – envolvido em cenas singelas do cotidiano nos remetem às imagens dos livros infantis. O colorido intenso e o convite à reorganização do espaço por meio das cartas pode ser um convite à virada do jogo. As cartas são pequenas pinturas empilháveis que formam um castelo de cartas, aquele que todos nós já erguemos um dia.

Cartas - I.

A construção do espaço pictórico está pontuada no uso da cor como focos de energia que interagem entre si e dinamizam a superfície da tela; na repetição de um mesmo elemento de uma a outra obra, criando diferenças e gerando unidade; e, por fim, no lúdico e no jogo como dispositivos para encantar e suscitar o prazer estético de imediato para, depois, fazer emergir o verdadeiro sentido da obra para além das aparências visuais.

Identidade - Pintura s foto, 80 x 60 cm - 2010.

A sua poética é um exercício de liberdade e de cor e chama atenção para um novo relacionamento: o de conhecer-se, pois quando o olhar volta-se para dentro de si mesmo em confronto com o olhar do outro, este pode trazer à tona a própria identidade.

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VOCÊ PERCEBEU QUE GIANA TRAZ EM ALGUMAS OBRAS
RECORTES DE IMAGENS CONHECIDAS NA HISTÓRIA DA ARTE?

OBSERVE ESSE CAVALINHO
NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO:



SUA FORMA PODE SER VISTA NESSA OBRA DE 1937:


"Guernica", de Pablo Picasso.

OBSERVE ESSE RELÓGIO DERRETENDO
NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO:



ELE PODE SER VISTO NESSA OBRA DE 1931:

"A Persistência da Memória", de Salvador Dalí.

ENCONTROU?

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VEJA QUE INTERESSANTE
ALGUMAS RELEITURAS DESSAS OBRAS

RETIRADAS DA INTERNET:






Da mesma forma que existem diversas interpretações de uma obra de arte, também existem diversas possibilidades de releituras dessa obra. Reler uma obra é diferente de apenas reproduzí-la, pois é preciso interpretar aquilo que se vê e exercitar a criatividade. Ao recriar uma obra não é necessário usar a mesma técnica do artista na obra original. Na releitura de uma pintura por exemplo, podemos utilizar outras formas de expressão artística como o desenho, a escultura, a fotografia, a colagem... É preciso criar algo novo mas que tenha ligação com a obra que serviu de inspiração. Há inúmeros casos de grandes artistas que a utilizaram para se aperfeiçoar, homenagear seus mestres ou alguma obra em especial. As atividades de releitura são de grande valor educativo e resultam em uma sequência de obras, em outros tempos e estilos.

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