13ª EDIÇÃO DA MOSTRA "MÃOS DE NOSSA ARTE"
* 2011 *
Olga Maria Pinto Liberali é Arte Educadora, foi professora da Faculdade de Artes Visuais e Desenho da Fundação Machado de Assis em Santa Rosa/RS por muitos anos. Atua em sua Oficina de Artes Garatuja onde ministra cursos de mosaico, aquarela, desenho, papier macher e cerâmica, com exposição permanente de suas obras. Atualmente trabalha com vidro moldado, vitrais e pintura sobre madeira com inserção de peças em vitrofusão.
A artista tem participação em diversos Cursos, Seminários, Congressos e recebido Menções Honrosas em vários eventos. Em julho deste ano irá participar no 13º Intercâmbio Internacional Vancouver 2011 Miniart Faces, no Canadá.
A última Exposições Individual que organizou foi em 2009 no Espaço Cultural do espaço do SESC de Santa Rosa. O tema teve como fio condutor a observação através da arte do equilíbrio entre o meio ambiente e o homem.
Por isso escolheu o índio para a figura representativa, Ninguém mais do que ele vive em harmonia com a natureza. O nome da Coleção é NOSSA GENTE, NOSSA TERRA, onde foi usado pintura sobre madeira com peças de vidro fundido e luz.
VITROFUSÃO?
Entende-se por vitrofusão o processo de unir dois ou mais vidros com o objetivo de elaborar uma peça. Trata-se um termo genérico que engloba várias técnicas, cuja característica comum consiste na criação de objetos planos executados a partir da sobreposição de camadas de vidro.
As técnicas de vitrofusão são: a vitrofusão parcial ou tack fusing, a vitrofusão total ou full fusing e as inclusões. A principal diferença entre a vitrofusão parcial e a vitrofusão total incide nas diferentes curvas de temperatura, que determinam o resultado e o aspecto formal da peça. A técnica das inclusões baseia-se na colocação de uma peça de determinado material entre dois vidros de forma a ficar laminada entre eles.
O Vidro tal como o conhecemos, não é mais que “um falso sólido”, já que a medida que a temperatura sobe sobre a sua estrutura molecular, aquele vai amolecendo até chegar praticamente ao ponto de fusão, permitindo dar-lhe formas e estruturas, que não seria possível com ele no seu estado natural (sólido). Depois o artista aproveitará esta particularidade para lhe transmitir a sua criatividade transformando em peças de arte.
“A Vitrofusão não é só fundir e dar forma ao vidro. É criar, é pesquisar, é inventar novas formas, novos conceitos.”
Assim, a vitrofusão é mais uma das diversas técnicas, que o homem vem desenvolvendo ao longo da História, para transformar o vidro em utensílios de uso comum, ou simplesmente obras de Arte. Europeus e Americanos, sobretudo estes, têm vindo a desenvolver experiências nesta área e hoje, pode dizer-se, que é uma técnica perfeitamente dominada por Artistas das mais diversas proveniências, tal como o foi, durante séculos, com o vidro soprado. Para encontrar as primeiras peças elaboradas através da fusão do vidro, teremos que recuar cerca de três mil anos, em plena Idade do Bronze, pois foi, segundo os achados arqueológicos encontrados, que, teria sido descoberto, por acaso, a forma de produzir o Vidro, a partir da fusão do mineral mais abundante no planeta Terra: a Sílica. Foi então que começaram a surgir os primeiros artefatos, confeccionados por esse processo.
Reza essa mesma história, que uns mercadores de nitro, também chamado salitre, ancoraram os seus barcos na costa mediterrânica, mais concretamente na foz do rio Belo, e começaram a preparar as suas refeições. Como não encontravam pedras que servissem para amparar as panelas, lembrou-se de utilizar os blocos de nitro que transportavam na carga. Ao fim de algumas horas, foram surpreendidos com uns pequenos rios de matéria incandescente que escorria das fogueiras e então se crê que seria aí que nascera o Vidro. Muito embora não pareça muito verossímil, há, no entanto alguma coerência já que os materiais para a sua produção estavam lá, tal como a areia (sílica) e o nitro (nitrato de potássio), dois componentes que entram em proporções distintas, na composição do Vidro, embora se reconheça ser pouco provável, que nas condições em apreço, tal fenômeno se verificasse. De qualquer forma, todas estas incoerências só servem para provar que não é possível situar temporalmente o aparecimento, não só deste material, nem do princípio da sua manufaturação em objetos que têm chegado aos nossos dias.
Esta técnica manteve-se durante séculos quase em regime de exclusividade até que a partir do Sec. V e com o advento do Vidro Soprado, foi perdendo alguma da sua importância, pelo menos para a indústria, mas foi ganhando adeptos entre os artesãos, que viam nesta técnica outra forma de expressão artística. Foi, no entanto com o Renascimento e com o aparecimento dos grandes mestres do Vitralismo, que o vidro fundido e convertido em folhas de diversas espessuras, voltou a ter papel preponderante no desenvolvimento artístico. Mas foi sem dúvida, no início do século e durante o período da Art Noveau, que se verificou o ressurgimento da maior parte das técnicas, em que o Vidro é Rei.
Louis Tiffany foi um dos artistas, que desenvolveu a técnica da vitrofusão, para complementar algumas das suas notáveis obras.
Finalmente a partir dos anos trinta/quarenta, esta técnica entra na sua fase decisiva para ganhar o seu espaço no seio do mundo artístico. É nesta altura que os estudiosos começam a preocuparem-se com pormenores até então desnecessários. É o caso da Compatibilidade entre os diversos vidros utilizados na fusão, fator decisivo para a realização com sucesso, de projetos de vitrofusão que envolvam dois ou mais vidros na sua composição. Nos nossos dias esta técnica está de tal forma evoluída, que dá a sensação que não existem limites a imaginação e criatividade do Homem.
ALGUNS MONUMENTOS PÚBLICOS
PROJETADOS PELA ARTISTA
Pórtico da cidade de Alecrim Desenho
do Pórtico e Painel de Mosaico de 8m²,
com desenhos que representam
as riquezas da região - 2009.
Intervenção Urbana em Espaço público em Santa Rosa.
Mosaico recobrindo escadaria no total de 20m,
no encontro da Travessa Acre com Rua Santa Rosa.
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